Nenhum dentre os sábios – falo daqueles sábios para os quais a virtude é o único bem verdadeiro – sustenta que as vantagens da riqueza, ditas como indiferentes, não tenham o seu real valor. Também não nego que algumas coisas sejam preferidas a outras, uma vez que a algumas delas é dado certo valor e a outras, muito mais. E não nos devemos enganar, portanto. As riquezas aparecem entre as preferidas. Dirias, então: “Por que zombas de mim, se para ti elas têm o mesmo valor que para mim?” Deves saber que o valor não é idêntico para nós. Para mim as riquezas, se as perdesse, não me diminuiriam em nada, apenas elas seriam reduzidas. Tu, ao contrário, ficarás abatido, sentindo-te como que privado de ti mesmo, caso te abandonem. Para mim, as riquezas têm certo valor, para ti, têm um valor imensurável. Assim, as riquezas pertencem a mim, no teu caso, tu estás subordinado a elas.
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