Não guardemos animosidade contra nada, dentro do possível; contentemo-nos em notar os procédés de cada um e os recordemos, para estimar com isso seu valor, ao menos no que nos diz respeito, e para regular, em consequência, nossa atitude e nossa conduta para com as pessoas, nunca perdendo de vista o fato de que o caráter é inalterável. Esquecer uma ação vil é como jogar pela janela dinheiro adquirido a duras penas. Desse modo nos protegemos contra intimidades insensatas e contra amizades tolas. “Não amar nem odiar” encerra a metade de toda sabedoria; “não dizer nada e não acreditar em nada” encerra a outra metade. De fato, não deveríamos ficar senão satisfeitos em dar as costas a um mundo no qual são necessárias regras como essas.
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