Enterra em cheio a mão na vida humana; toda a gente a vive, sim, mas poucos a conhecem. Por onde quer que a mires, é curiosa. Mãos à obra, poeta!
Ouve um conselho!
Imagens a granel; clareza pouca;
erros mil; de verdade um raio apenas.
Oh que misto! oh que pinga saborosa!
Ninguém há que a não trague, e que a não louve.
A flor da mocidade então se apinha;
espia o desenlace; exalta a peça,
onde crê ver inspirações divinas.
Cada alma terna então sorve com ânsia
suave melancólico alimento;
ora isto, ora aquilo a impressiona;
cada um vê na cena o que em si acha;
ei-los prestes às lágrimas e aos risos;
à audácia, à execução vozeiam loas.
São de ruim contento os Padres Mestres.
Noviços, qualquer coisa os enamora.
“Que o seu coração não se torne vaidoso por causa daquilo que sabes. Aconselha-te tanto junto do ignorante quanto do sábio. Porque não se atinges os limites da arte. E não existe artesão que tenha adquirido a perfeição. Uma palavra perfeita está mais oculta que a pedra verde. Encontra-se no entanto junto das criadas que trabalham na mo.”
Goethe
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