“Que o seu coração não se torne vaidoso por causa daquilo que sabes. Aconselha-te tanto junto do ignorante quanto do sábio. Porque não se atinges os limites da arte. E não existe artesão que tenha adquirido a perfeição. Uma palavra perfeita está mais oculta que a pedra verde. Encontra-se no entanto junto das criadas que trabalham na mo.”
Henri Durville
Tudo o que vive - e tudo é vivo no Universo, mesmo o corpo que nos parece inerte - está sobre a senda da evolução.
Nenhuma ação, pois, deveria ser considerada indiferente.
Todas têm conseqüências e repercussões desconhecidas no Universo, do qual somos todos solidários, pois que dele fazemos parte.
Tudo evoluciona nas criações. O ser humano sofre suas transformações na medida em que merece, porém ele não está só e a sua evolução deve servir para imaginar todos os estados que tem percorrido, que percorrerão todos os seres dos quais está rodeado.
As nações, as raças, os mundos, tudo segue uma lei idêntica e todos devem seguir ou sofrer a lei que eles forjam para eles mesmos. Seus ciclos têm uma duração proporcional à sua importância, mas eles são de natureza idêntica, porque nada foi deixado ao acaso no mundo. A justiça, só, é a regra em toda parte.
Esta lei é o Carma, isto é, do renascimento perpétuo durante toda a duração de um ciclo, segundo as leis que nos impõem as ações da vida precedente.
Não há efeitos sem causas. As diferenças pessoais e sociais de riqueza e de pobreza, o poder e a subordinação, a saúde e a doença são meios de purificação que nos são impostos ou que nós escolhemos antes da nossa vida atual.
É, pois, vão e ilusório dar a mínima importância a esses sinais de uma felicidade exterior, mais fugitiva do que um pássaro.
Ao contrário, o poder e a riqueza impõem responsabilidades concernentes ao uso que se tem feito, enquanto que aquele que vive pobre e submisso, vive para ele só e faz obra de mais utilidade, se tem um real desejo de adquirir méritos em vista de sua evolução. Por outro lado, todos passamos ou passaremos por aí. O rei e o mendigo estão igualmente sobre o caminho e o rei não está nunca seguro de ser colocado mais alto do que o mendigo.
A obtenção dos poderes não tem nada que ver com as idéias do mundo, e os poderes humanos, adquiridos segundo uma ascese, são do maior proveito para a nossa evolução, pois que nos permite operar em torno de nós para destruir e adquirir méritos.
Aos olhos do iniciado hindu, todos, ao fundo, são iguais e semelhantes. A Unidade é a lei do mundo e nós devemos tornar a vir.
Tais são as grandes linhas deste vasto ensinamento que não podemos senão tocar de leve no presente trabalho. No Budismo, como em toda parte, estes conhecimentos têm sido conservados secretos. Agrupamentos religiosos e filósofos detêm o ensinamento e não se expandem senão com grande dificuldade diante do noviço.
O depósito das tradições sagradas está preciosamente conservado; não deve ser publicado, e, se livros existem, é sempre sob à forma bem velada que eles têm deixado aparecer as mais raras revelações.
Nas índias, é sob o véu dourado das lendas e das imagens que o pensamento esotérico se apresenta ao olhar do pesquisador. Não é sem custo que ele poderá conhecer, com uma precisão que não depende sempre de sua sagacidade, este pensamento que se furta às suas pesquisas.
Os trabalhos de erudição moderna nos tem dado certos livros iniciáticos do Budismo, mas a sua leitura, por mais encantadora que seja a forma, não nos bastaria para nos dirigir ao ensinamento esotérico; é preciso ler nas entrelinhas - trabalho árduo daquele que não tem guia.
As obras iniciáticas budistas são assaz numerosas e todas encerram dados preciosos, mas sempre limitados ao nosso estudo; não nos afastamos daqui senão para tratar de duas entre elas: o "Bhagavad-Gitâ" e a "Voz do Silêncio".
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