“Que o seu coração não se torne vaidoso por causa daquilo que sabes. Aconselha-te tanto junto do ignorante quanto do sábio. Porque não se atinges os limites da arte. E não existe artesão que tenha adquirido a perfeição. Uma palavra perfeita está mais oculta que a pedra verde. Encontra-se no entanto junto das criadas que trabalham na mo.”
Henri Durville
O terceiro conhecimento necessário é a supressão do Sofrimento. Este segredo é fácil de entender, mas é difícil de se aplicar, e, entretanto, é o verdadeiro segredo da felicidade, da completa evolução. O desejo nunca satisfeito; o desejo que chama sem cessar um outro objeto de desejo, desde que ele possui e rejeita o objeto de seu recente desejo; o desejo criou a necessidade que é um desejo que nos parece legítimo porque ele se dirige a um objeto que julgamos imprescindível aí nossa vida. Mas, para aquele que quer viver na contemplação meditativa, a necessidade fáz-se de mais a mais restrita.
Aquele que medita não vive neste mundo; ele não tem, pois, nada que fazer nos palácios luxuosos onde se apresentam as riquezas e as raridades acumuladas a preço de ouro, quando os pobres sentem a falta do que, na realidade, lhes é necessário.
Aquele que medita não tem necessidade de ofuscar os outros pelo fausto de seus hábitos; que não esteja nu e que esteja ao abrigo das intempéries, eis o que é necessário; não tem necessidade de nutrição rebuscada, uma vez que a sua fome seja sumariamente apaziguada; o luxo da mesa não lhe importa; abstraído nos seus pensamentos, não tem viagens a fazer e não recorre aos espetáculos para os quais se perdem dinheiro e tempo; vê as coisas muito mais belas do que os outros, quando o olhar da alma sobe para o Infinito.
É assim que o Sábio, aquele que quer aproximar-se da perfeição e diminuir o seu Carma chega à supressão completa do prazer, do desejo, pela restrição sempre maior, e mesmo pela abolição da necessidade.
Assim, não achando nada a possuir, chega a possuir-se a si mesmo, a vencer a ilusão, a estar no conhecimento de causa sobre o caminho da realidade.
Suprimir o desejo e restringir a necessidade é possuir neste mundo a paz tão necessária à meditação que não perturbará mais os trabalhos inúteis e as vãs competições; é libertar a sua alma, torná-la mais leve para voar na luz pura e inexprimível do Nirvana.
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