“Que o seu coração não se torne vaidoso por causa daquilo que sabes. Aconselha-te tanto junto do ignorante quanto do sábio. Porque não se atinges os limites da arte. E não existe artesão que tenha adquirido a perfeição. Uma palavra perfeita está mais oculta que a pedra verde. Encontra-se no entanto junto das criadas que trabalham na mo.”
Eliphas Levi
Todo homem que morre por uma idéia é um mártir, pois nele as aspirações do espírito triunfaram sobre os temores dos animais.
Todo homem que morre na guerra é um mártir, pois morre pelos outros.
Todo homem que morre miserável é um mártir, pois é como um soldado vencido na batalha da vida.
Aqueles que morrem pelo direito são tão santos em seu sacrifício quanto as vítimas do dever e, nas grandes lutas da revolução contra o poder, os mártires caem dos dois lados.
Sendo o direito a raiz do dever, nosso dever é defender nossos direitos.
O que é um crime? É o exagero do direito. O assassínio e o roubo são negações da sociedade; é o despotismo isolado de um indivíduo que usurpa a realeza e faz guerra por sua conta e risco.
O crime deve ser sem dúvida reprimido, e a sociedade deve defender-se; mas quem poderia ser justo o suficiente, grande o suficiente e puro o suficiente para ter a pretensão de punir?
Paz a todos os que tombam na guerra, mesmo na guerra ilegítima, pois arriscaram a cabeça e perderam-na, e, tendo pago, o que podemos ainda reclamar?
Honra a todos os que combatem bravamente e lealmente!
Vergonha somente aos traidores e aos covardes!
O Cristo morreu entre dois ladrões e levou consigo um deles ao céu.
O reino dos céus é dos lutadores e se ganha à força.
Deus dá sua onipotência ao amor. Gosta de triunfar sobre o ódio, mas vomita a tibieza.
O dever é viver, nem que seja por um instante!
É belo ter reinado por um dia, mesmo por uma hora!
Mesmo que seja sob a espada de Dâmocles ou na fogueira de Sardanapalo.
Mas é mais belo ter visto a seus pés todas as coisas do mundo e ter dito: Serei o rei dos pobres e meu trono será sobre o calvário.
Existe um homem mais forte do que aquele que mata, é o que morre para salvar.
Não existem crimes isolados nem expiações solitárias.
Não existem virtudes pessoais nem devotamentos perdidos.
Quem não for irrepreensível é cúmplice de todo mal, e quem não for absolutamente perverso pode participar de todo bem.
É por isso que um suplício é sempre uma expiação humanitária, e toda cabeça que é recolhida de um cadafalso pode ser saudada e honrada como a cabeça de um mártir.
É por isso também que o mais nobre e o mais santo dos mártires podia, ao entrar em sua consciência, achar-se digno da pena que iria suportar e dizer, saudando o gládio pronto a feri-lo: Justiça seja feita!
Puras vítimas das catacumbas de Roma, judeus e protestantes massacrados por indignos cristãos.
Padres da Abbaye e dos Carmes, guilhotinados do terror, realistas degolados, revolucionários sacrificados, soldados de nossos grandes exércitos que semeasses as ossadas pelo mundo, vós todos que morresses com sofrimento, ousados de toda sorte, bravos filhos de Prometeu que não tendes medo nem do raio nem do abutre, honra a vossas cinzas, paz e veneração a vossas memórias! Sois os heróis do progresso, os mártires da humanidade!
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