“Que o seu coração não se torne vaidoso por causa daquilo que sabes. Aconselha-te tanto junto do ignorante quanto do sábio. Porque não se atinges os limites da arte. E não existe artesão que tenha adquirido a perfeição. Uma palavra perfeita está mais oculta que a pedra verde. Encontra-se no entanto junto das criadas que trabalham na mo.”
Henri Durville
Para ser bem posta em valor, a luz tem necessidade da sombra; tanto que não nos possamos colocar no domínio divino, a verdade tem necessidade do erro
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para o combater, triunfar, fazer imperar uma verdade mais apurada, mais cintilante do que aquela que se tinha conhecido primeiramente e que continha mais erros.
É este sentimento que nos obriga a uma extrema circunspecção.
Quem pode ter a certeza de possuir a verdade?
Nem entre nós, mesmo o mais sábio. Assim, quando uma opinião nos é manifestada, se ela não leva alcance à vida, aos bens ou à honra de outrem, temos o dever de combatê-la com muita cortesia. Os arrebatamentos, as palavras causticantes não servem senão para cavar um fosso maior entre aqueles que não se compreendem. Não é preciso rejeitar em conjunto, mas empregar o tempo em julgar, em raciocinar, pois pode produzir uma grande vantagem daquilo que nos manifestou. Mas se também o que, após estudos, nos pareceu mau e perigoso, tem o aspecto de triunfar, não é preciso entrar em discussões vãs; é preciso afastar-se e esperar do futuro razoável a verdadeira certeza.
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