“Que o seu coração não se torne vaidoso por causa daquilo que sabes. Aconselha-te tanto junto do ignorante quanto do sábio. Porque não se atinges os limites da arte. E não existe artesão que tenha adquirido a perfeição. Uma palavra perfeita está mais oculta que a pedra verde. Encontra-se no entanto junto das criadas que trabalham na mo.”
Henri Durville - O grão de trigo e a Alma
O grão de trigo foi o seu símbolo e toda uma mitologia se liga a esta crença. Apenas semeado, o grão desapareceu; o corpo, a morte, é confiado à terra. Mas o trigo reúne os elementos de um novo corpo, como faz a alma humana.
Os dois recomeçam um novo ciclo e a volta das estações foi para os gregos a imagem da ordem imutável e diversa da Criação.
A vitória que o cultivador alcança sobre os elementos hostis, nobre a aridez da terra, simbolizava para eles a vitória que devemos alcançar sobre as nossas paixões.
Deméter, a terra mãe, dava-lhe ao mesmo tempo o exemplo e o preceito.
Os mistérios eram-lhe consagrados. Deméter, nossa Céres, via arrebatar sua filha Perséfone, os frutos da terra, pelo feroz Plutão. Perséfone (Prosérpina) era-lhe entregue depois, mas nunca completamente, porque o Deus dos Infernos tinha tomado o cuidado de lhe fazer comer algumas sementes de romã, símbolo da fecundidade.
Exotericamente, o destino de Perséfone era o símbolo da agricultura que confia o grão à terra a fim de que ele seja fecundo e produza o cêntuplo.
Mas isso não podia constituir uma iniciação.
O sentido esotérico era que a alma, depois dos funerais, entrava nas trevas e se purificava, mas nunca completamente, porque nós guardamos até o fim das nossas encarnações o desejo de viver e produzir.
Não será senão quando estivermos despojados de todo desejo egoísta que seremos livres de voltar ao mundo, que Perséfone voltará definitivamente ao esplendor do dia, representará a inteligência divina, a luz celeste, que procuramos longamente, que se recusa aos olhos da carne.
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