Henri Durville

Do alto do penhasco que o mar vem bater a rugir, tendes aos olhos a imensidade azul e ela aconselha-vos os grandes pensamentos, enquanto as vagas a morrer na praia vos ensinam o esforço que se enfraquece, que desaparece, quando não está em harmonia com a vontade que guia todas as forças. Na paz viva, o vosso espírito abrir-se-á e subirá às altas esferas, livre de todo obstáculo, indo os vossos olhares mergulhar-se e penetrar no Infinito. O grande ritmo da Natureza levar-vos-á, como se fosseis uma vaga, até as fontes da Luz, até onde as forças ocultas palpitam ao primeiro frêmito da vida. Mergulhar-vos-eis no Infinito como num sonho delicioso e abandonareis a alma a uma vida nova e doce, longe dos homens mentirosos, dos seus trabalhos cúpidos, suas estreitas concepções. A sociedade não existirá para vós nesse momento Se não puderdes de todo comungar com a Natureza, procurai no vosso dormitório o lugar que preferirdes e aí ficai, calmamente, perdido para as ocupações ordinárias. Que seja aí um dia de tréguas nessas ocupações; e enquanto tudo como que dormita aí, repassai no espírito todos os vossos pensamentos, todas as vossas impressões, julgai-vos, enfim. Este isolamento no seio da Natureza, vede como ele já vos encanta, como vos abre um apetite de harmonias, de fusão nos planos superiores, a dispôrvos para a Iniciação. Correi para ela. E se longe do egoísmo, dos baixos cálculos, dos atos mercantis, vos aprouver o recolhimento e a solidão, ao meditardes, for cheia de encantos para vós, então é que já estais perto de ouvir as vozes que falam no silêncio do coração. Vinde à Iniciação .

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