Henri Durville - Brâmane

A devoção e o conhecimento da alma são, para um Brâmane, os melhores meios para atingir a felicidade suprema; pela devoção desaparecem as faltas; pelo conhecimento de Deus (Brama), encontra a imortalidade (XII, 104). Isso aproxima-se das idéias que encontramos no Atharva-Veda, onde toda a desgraça, todo mau presságio mesmo, é pecado ou conseqüência do pecado, sem imputar nenhum mal ao poder soberano. Todo mal vem do homem; portanto, importa que o homem o conheça, conhecendo-se. Este conhecimento não será estéril, pois lhe mostrará que Deus está presente em sua alma, assim como está presente em todas as coisas, e aqui está como conclui este livro sagrado onde se encontram formulados a mais alta feição e o mais alto pensamento das raças arianas: Assim o homem que reconheceu, na sua própria alma, a Alma Suprema, presente em todas as criaturas, mostra-se o mesmo em presença de todos e obtém a sorte mais feliz daquele ser que está, enfim, absorvido em Brama (XIL125). Vemos aqui a admirável moral que aparece como a conclusão deste livro, que mostra todas as criaturas sobre o caminho de sua evolução e todos iguais ao olhar do Infinito, que deveria ser o ponto de vista do adepto, a fim de que as distinções de toda espécie não aparecessem. Mas nós não estamos aqui senão no mundo perfeitamente humano das convenções sociais; se quisermos atingir mais alto e mais profundamente o esoterismo hindu, encontramo-lo em outras obras, mais dificilmente acessíveis, principalmente nos Upanishads, que são, ao mesmo tempo, uma revelação e um ritual.

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