“Que o seu coração não se torne vaidoso por causa daquilo que sabes. Aconselha-te tanto junto do ignorante quanto do sábio. Porque não se atinges os limites da arte. E não existe artesão que tenha adquirido a perfeição. Uma palavra perfeita está mais oculta que a pedra verde. Encontra-se no entanto junto das criadas que trabalham na mo.”
VIKINGS
Dentro da sua cosmogonia temos uma trindade – Thor (representando a força da natureza, dominando os fenômenos naturais como o trovão), Odin (grande divindade, senhor de todas as magias) e Freyr (divindade agrícola). Grosso modo, tudo girava em torno destes três elementos, que habitavam em Asgard, o reino dos deuses, um mundo distinto daquele onde vivem os comuns mortais.
Assim, podemos afirmar que “a religião viking pagã é politeísta. Segundo a crença viking, os deuses residem em Asgard, que é um pouco o Olimpo da mitologia nórdica. Asgard é uma fortaleza no centro da qual se ergue um freixo permanentemente verde chamado Yggdrasil, cujas raízes mergulham até aos infernos. Os ramos atingem tal altura que podem perfurar a abóbada celeste”, sendo que “em volta dessas figuras dominantes (ou deuses maiores) gravita um mundo de deuses secundários, de elfos, demônios, gênios que freqüentemente encarnam as almas dos defuntos. Os vikings estabelecem verdadeiras relações com os seus deuses. Sentem necessidade deles e com eles se tratam. Os deuses protegem o oett, a família, nos seus bens e na sua honra, mas também o Estado, o guerreiro, o camponês. Ajudam os reis a assegurar a paz e favorecem as colheitas. Para os vikings, os deuses são como companheiros; até mesmo patrões, em relação aos quais têm deveres, mas também direitos.”52
Poder-se, então, declarar que os vikings, atendendo até à análise deste vasto patrimônio cultural e cultual, seriam figuras meramente brutais, desprovidas de sentimentos ou intelectualidade? Sem dúvida eram bravos, por vezes até ultrapassando os limites, mas nem por isso deixaram de ter uma outra faceta, fortemente ritual, em que demonstraram como, de si mesmos, brotou uma nova mitologia nórdica, futuramente tão apreciada.
Destacando ainda a questão da escrita rúnica que, não sendo estritamente nórdica, e tendo nascido provavelmente na Germânia, foi pelos vikings muito utilizada e que, nos dias de hoje, fascina muito dos elementos da chamada tradição esotérica, julgando-se as runas como fatores de algo que “antes do ano mil e do aparecimento do alfabeto latino na Escandinávia, nos conduzem ao âmago da tradição viking”, sendo “gravados na pedra, estes símbolos de que Odin seria o criador inspiravam aos homens do Norte temor e respeito, ligados como estavam à feitiçaria, à magia, ao sobrenatural e ao mistério”.53
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