Henri Durville - arrivistas

Dois utensílios lhe são entregues para isso: o malho e o cinzel. O cinzel é o julgamento, mas o julgamento é sem ação, do mesmo modo que é sem força, se o malho não lhe presta o seu rude apoio. Este malho é a vontade quando é bem dirigida. Um não pode passar sem o outro e o seu desenvolvimento criou já um feliz equilíbrio na personalidade do aprendiz. Se o malho existisse só, seria uma força cega que, batendo sobre a pedra, a quebraria em mil pedaços em lugar de lapidá-la. A vontade é uma força admirável, mas também se ela não for conduzida por um juízo esclarecido, será má, tanto para aquele que a possui, como para aqueles que sofrem os seus efeitos. O arrivista é um perfeito exemplo deste fato. É geralmente dotado de uma força de vontade poderosa, de uma tenacidade opiniátrica; lança-se na vida com a persuasão de que coisa alguma lhe resistirá. Obtém algumas pequenas vantagens e, depois, maiores, porque não se liga senão às forças menores; em seguida, 281 encorajado por estes pequenos sucessos, lança-se contra as forças superiores à sua e recai quebrado, porque a sua energia era falha de julgamento para pressentir os choques e as resistências. Tais são os ensinamentos do grau de aprendiz. Tal é o simbolismo de suas experiências e de seus ritos. Seu fim aparece-nos claramente: leva o homem ao conhecimento próprio, a aperfeiçoar-se, porém não chegará a esse fim senão com os utensílios confiados ao companheiro.

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